VII PORTINGALOISE

FESTIVAL INTERNACIONAL DE
DANÇAS E MÚSICAS ANTIGAS

O PORTINGALOISE – Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas é um festival que conjuga criação, formação e divulgação de trabalhos relacionados com o património coreográfico europeu do século XV ao século XIX. É promovido pela Kale Companhia de Dança em parceria com Portingaloise Associação Cultural e Artística, e celebra em 2021, a 7ª Edição.

O Festival centra-se nas criações originais do Ensemble Portingaloise e é composto por um Ciclo de Primavera e Ciclo de Verão. Devido às condicionantes impostas pela situação sanitária atual, conciliaremos atividade presencial e não presencial na edição de Verão. Nas duas edições são contempladas as componentes habituais: criativa/performativa, formativa e investigativa.

O Ciclo de Verão tem como foco uma nova criação: Balle de las Danças. Trata-se de um entre vários Bailes presentes no Manuscrito 471 do Arquivo Distrital de Braga e editados criticamente pelo musicólogo Xosé Gandara Eiroa (2009). Uma peça de teatro breve em que o pretexto dramático é a conciliação de música e dança retratando personagens tipo, alegorias ou – como é o caso – danças como personagens que vão definindo os seus caracteres distintos ao longo da peça. As danças aqui retratadas são europeias, renascentistas e barrocas, desde o saltarello ao villano, até ao sarambeque que incorpora ritmos africanos. Constituem assim exemplos coreicos que revestem esta obra de particular interesse tanto para a investigação como também para o crescente interesse do público pelas danças de outrora e especificamente da geografia ibérica. Esta nova criação incluirá ainda o olhar expressivo da artista audio-visual Adriana Romero que enriquecerá o espetáculo. “Balle de las danças” tem direção artística de Catarina Costa e Silva e é interpretado pelo Ensemble Portingaloise. Com estreia prevista para 2020, entretanto impossibilitada pela pandemia, será finalmente apresentado no Ciclo de Verão.

No Ciclo de Verão, o Encontro Académico – 12/09 das 15h00 às 19h00 será composto por um conjunto de comunicações seguido por uma Mesa Redonda sobre esta nova criação e as suas peculiaridades. Contará assim com a participação dos intérpretes e direção, assim como do musicólogo responsável pela edição moderna desta fonte do início do séc. XVIII tendo, mais uma vez, a chancela do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra. Destina-se a público abrangente, especializado ou não, com particular interesse na recriação do espetáculo do séc. XVIII.

Na componente formativa, será realizada uma aula presencial com transmissão online a propósito das danças incluídas no Balle de las Danças – Domingo, dia 12/09, das 11h00 às 13h00, no Armazém22. Destina-se a públicos de diferentes faixas etárias e com diferentes níveis de aptidão e experiência em dança.

CICLO VERÃO
10-12 SET
ARMAZÉM22, GAIA

10/09 – 21H00
BALLE DE LAS DANÇAS (ESTREIA)
12/09 – 11H00-13H00
AS DANÇAS NO
BALLE DE LAS DANÇAS
AULA PRESENCIAL E ONLINE
12/09 – 15H00-19H00
ENCONTRO ACADÉMICO*

* Com transmissão online
no Facebook Armazém22

CICLO PRIMAVERA
16-17 ABR
ARMAZÉM 22, GAIA

“AUTO DO LABIRINTO”
AULA ONLINE
ENCONTRO ACADÉMICO
(STREAMING E MESA REDONDA)
“BALLE DE LAS DANÇAS”
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

Criação

Auto do Labirinto constitui a criação Portingaloise de 2018, em reposição no Ciclo de Primavera.. Esta criação é uma co-produção entre Il Dolcimelo e o Ensemble Portingaloise, partindo a recolha minuciosa da diretora artística, Isabel Monteiro, de excertos literários e repertório musical do séc. XVI europeu. Com base num extraordinário repertório dramático quinhentista, os personagens – eleitos entre os pares amorosos, o sedutor, a alcoviteira e outros que medram no Paço ou no terreiro – terão os seus serões de corte povoados por danças baixas e altas – pavana, galharda, tordião… – revelando os seus dotes coreográficos e musicais. Aqui não faltam os instrumentos de corte e de folia, indispensáveis para a dança ou para a serenata ao luar.

Balle de las Danças – criação nova no Ciclo de Verão – é um entre vários Bailes presentes no Manuscrito 471 do Arquivo Distrital de Braga e editados criticamente pelo musicólogo Xosé Gandara Eiroa (2009). Trata-se de uma peça de teatro breve em que o pretexto dramático é a conciliação de música e dança retratando personagens tipo, alegorias ou – como é o caso – danças como personagens que vão definindo os seus caracteres distintos ao longo da peça. As danças aqui retratadas são europeias, renascentistas e barrocas, desde o saltarello ao villano, até ao sarembeque que incorpora ritmos africanos. Constituem assim exemplos coreicos que revestem esta obra de particular interesse tanto para a investigação como também para o crescente interesse do público pelas danças de outrora e especificamente da geografia ibérica. Esta nova criação incluirá ainda o olhar expressivo da artista audio-visual Adriana Romero que desenvolverá um projeto fílmico, a ser desenvolvido em diferentes residências no Armazém22 e também no Museu dos Biscaínhos em Braga.“Balle de las danças” tem direção artística de Catarina Costa e Silva, e é interpretado pelo Ensemble Portingaloise. A sua estreia em palco acontecerá em setembro de 2021.

Investigação
Encontro
Académico

O Encontro Académico é composto, normalmente, por comunicações feitas por investigadores de referência internacional nas áreas da coreologia e da musicologia, orientado tanto para especialistas como público em geral. Pode ainda ter outros formatos como partilha e análise informada de repertório de referência ou ainda de mesa redonda ou discussão aberta sobre determinado tema. Desde a sua primeira edição, o Encontro Académico conta com a chancela do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra. Desde 2020 que esta iniciativa ampliou a sua difusão conciliando o formato presencial com a difusão online a partir da página de facebook do Armazém22.

Formação

A componente formativa é composta pela organização de aulas presenciais ou remotas (síncronas ou assíncronas). Destinam-se a públicos de diferentes faixas etárias e com diferentes níveis de aptidão e experiência em dança. A ação formativa nesta 7ª Edição do Festival Portingaloise estará intimamente ligada aos espetáculos apresentados: Auto do Labirinto e Balle de las Danças. O espaço de aula contextualizará e abordará na prática o repertório coreográfico incluído nestes espetáculos.

Neste festival desde 2015 participaram intérpretes, criadores e investigadores de diferentes países europeus (Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, França) assim como da América Latina, confirmando-se a vocação de espaço de partilha criativa e investigativa internacional. O que define o Portingaloise como Festival distinto dos demais é o facto de privilegiar a íntima relação entre Dança e Música no repertório antigo investindo para isso na conciliação de quatro vertentes (criativa, performativa, formativa e científica) absolutamente complementares e que, em conjunto, contribuem para a criação acreditada de conteúdos nesta área. Desde a sua origem, tem tido sempre como elemento fundamental a premissa prática, reconhecendo como indispensável a profunda ligação entre prática e teoria, entre a biblioteca e o estúdio de dança, entre o laboratório coreográfico e o espaço cénico. Outra premissa é a do entendimento do corpo como suporte de registos e canal de diferentes tipos de movimento, de diferentes tradições, enfim, um corpo-arquivo vivo e reflexivo. Assim, o questionamento dos limites da reconstituição/recriação de tal repertório antigo é constante, essencialmente pelo facto de todo o repertório estar a ser experimentado, pela fisicalidade de corpos contemporâneos.

Um dos fatores distintivos do Ensemble Portingaloise, é a simultaneidade do performer enquanto ator, bailarino e músico, exigindo este repertório competências específicas que encontramos apenas neste coletivo. Composto por intérpretes de formação ampla nas ditas artes – música, dança, teatro, história da arte, composição musical – este Ensemble dedica-se particularmente a géneros ditos híbridos, ou seja, que conjugam as diferentes áreas e competências artísticas e técnicas.

Direção Artística:
Catarina Costa e Silva

Parceria:
Portingaloise Associação Cultural e Artística

Apoio:
Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos
da Universidade de Coimbra