VI PORTINGALOISE
FESTIVAL INTERNACIONAL DE
DANÇAS E MÚSICAS ANTIGAS
O PORTINGALOISE – Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas é promovido pela Kale Companhia de Dança, em parceria com Portingaloise Associação Cultural e Artística, com direção artistica de Catarina Costa e Silva, celebrando em 2020 a sua VI Edição.
“PORTINGALOISE- Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas” é um festival que conjuga criação, formação e divulgação de trabalhos relacionados com o património coreográfico europeu do século XV ao século XIX. Tem como objetivo a divulgação da Dança e da sua estreita relação com a Música, designadas Antigas, porque pertencentes a um contexto sociocultural anterior à Era Contemporânea. Trata-se de um evento que tem como premissa fundamental a aproximação ao património escrito mas de natureza efémera – a música, a dança, o teatro – daquele período compreendendo a sua influência na nossa prática ainda hoje, questionando sempre a sua função coeva mas também a sua função na contemporaneidade, abrangendo os seus espaços e agentes desde a prática erudita à popular.
O Festival possui três componentes: criação original do Ensemble Portingaloise, investigação/encontro académico e formação em dança histórica. Para 2020, por motivos de pandemia de COVID’19, será composto apenas por um Ciclo de Verão, de 11 a 13 de Setembro, no Armazém 22, em Vila Nova de Gaia, com atividade presencial e online.
11 SETEMBRO
LE VOYAGE IMAGINAIRE
c/ Le Chá no Arrrr
/Ensemble Portingaloise
12 e 13 SETEMBRO
Aula de Dança e Encontro Académico Online
Criação
Le Voyage Imaginaire por Le Chá no Arr (vertente do Ensemble Portingaloise vocacionada para a produção de conteúdos infanto-juvenis) é – um espetáculo onde dança, música e teatro se encontram à volta da estória de duas crianças que, num dia de chuva, descobrem o velho e escuro sótão da casa dos avós, onde uma série de objetos levam-nos a fazer uma viagem no tempo. A realidade desses dois personagens é então transformada num mundo de sonho e fantasia onde a dança e a música de outras épocas são, na verdade, uma divertida brincadeira. Um espetáculo através da música e da dança barroca, num desvendar de um código antigo a partir de uma abordagem mais leve e contemporânea. Será apresentado dia 11/09 às 21h00 para público em geral, e às 15h00 para público escolar.
Balle de las Danças, criação nova, é um entre vários Bailes presentes no Manuscrito 471 do Arquivo Distrital de Braga e editados criticamente pelo musicólogo Xosé Gandara Eiroa (2009) que será, aliás, um dos comunicadores convidados na atividade complementar “Encontro Académico”. Trata-se de uma peça de teatro breve em que o pretexto dramático é a conciliação de música e dança retratando personagens tipo, alegorias ou – como é o caso – danças como personagens que vão definindo os seus caracteres distintos ao longo da peça. As danças aqui retratadas são ibéricas revestindo-se esta obra de particular interesse tanto para a investigação como também para o crescente interesse do público pelas danças de outrora e especificamente da nossa geografia. Devido à pandemia de COVID’19, a nova criação “Balle de las danças” resultará num projeto videográfico de Adriana Romero, a ser desenvolvido em diferentes residências ainda em 2020, no Armazém22 e também no Museu dos Biscaínhos em Braga.“Balle de las danças” tem direção artística de Catarina Costa e Silva, e é interpretado pelo Ensemble Portingaloise. A sua estreia em palco acontecerá durante a 7ª Edição do Festival Portingaloise em 2021.
Investigação
Encontro
Académico
O Encontro Académico é composto por comunicações feitas por investigadores de referência internacional nas áreas da coreologia e da musicologia, orientado tanto para especialistas como público em geral. Desde a sua primeira edição, o Encontro Académico conta com a chancela do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra. Em 2020, iremos avançar com formato online com uma difusão global, a partir da página de facebook do Armazém22.
Formação
A componente formativa, será composta pela difusão de duas aulas de dança barroca online. Destina-se a públicos de diferentes faixas etárias e com diferentes níveis de aptidão e experiência em dança. A ação formativa nesta 6ª Edição do Festival Portingaloise tem como objetivo o estudo científico (porque baseado em fontes primárias) e a experiência prática do repertório da dança europeia entre os séculos XVII e XVIII.
A dança barroca nasce no contexto cortesão, nomeadamente na corte do rei francês Luís XIV, o Rei Sol. Na sua corte, o rei patrocinava todas as artes e exigia espetáculos magnificentes onde conjugava a música, a dança, o teatro, a maquinaria de cena e efeitos esplendorosos. A designada Belle Danse era praticada tanto pelos bailarinos em palco quanto pelos cortesãos em suntuosos bailes de corte. Os passos, as posições e as regras da Belle Danse ficaram registados em obras escritas, sendo criada inclusivamente uma notação de dança própria que permitiu o registo de centenas de coreografias na época.
Saber Mais Um dos fatores distintivos do Ensemble Portingaloise, é a simultaneidade do performer enquanto ator, bailarino e músico, exigindo este repertório competências específicas que encontramos apenas neste coletivo. Composto por intérpretes de formação ampla nas ditas artes – música, dança, teatro, história da arte, composição musical – este Ensemble dedica-se particularmente a géneros ditos híbridos, ou seja, que conjugam as diferentes áreas e competências artísticas e técnicas. Projeto apoiado pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes.
Neste festival desde 2015 participaram intérpretes, criadores e investigadores de diferentes países europeus (Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, França) assim como da América Latina, confirmando-se a vocação de espaço de partilha criativa e investigativa internacional. O que define o Portingaloise como Festival distinto dos demais é o facto de privilegiar a íntima relação entre Dança e Música no repertório antigo investindo para isso na conciliação de quatro vertentes (criativa, performativa, formativa e científica) absolutamente complementares e que, em conjunto, contribuem para a criação acreditada de conteúdos nesta área. Desde a sua origem, tem tido sempre como elemento fundamental a premissa prática reconhecendo como indispensável a profunda ligação entre prática e teoria, entre a biblioteca e o estúdio de dança, entre o laboratório coreográfico e o espaço cénico. Outra premissa é a do entendimento do corpo como suporte de registos e canal de diferentes tipos de movimento, de diferentes tradições, enfim, um corpo-arquivo vivo e reflexivo. Assim, o questionamento dos limites da reconstituição/recriação de tal repertório antigo é constante, essencialmente pelo facto de todo o repertório estar a ser experimentado, pela fisicalidade de corpos contemporâneos.
Direção Artística:
Catarina Costa e Silva
Parceria:
Portingaloise Associação Cultural e Artística
Apoio:
Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos
da Universidade de Coimbra
