O Curtas de Dança é uma mostra de trabalhos coreográficos de curta duração, à semelhança do exemplo cinematográfico curta-metragem, criado em 2016 pela KALE Companhia de Dança, através do seu projeto Armazém22.
O foco desta iniciativa é a apresentação de objetos artísticos com uma forte vertente laboratorial, onde o artista pode experimentar os diferentes estádios da sua criação em formato de apresentação pública. O criador poderá fazer uso de diferentes tipologias de espaço disponíveis no Armazém22, sendo proposto um ambiente mais tradicional, em black-box, ou mais alternativos, utilizando espaços não convencionais como o Foyer, Bar, Estúdio.
O Curtas de Dança defende um espaço de maior liberdade performativa e onde artistas emergentes podem afirmar a sua visão e testar formatos enquanto intérpretes, criadores e pensadores da arte performativa.
LADYLIKE22
Sofia Kafol
Criação e interpretação
Sofia Kafol
Figurinos
Sofia Kafol
Música
Mina
Edição de som
Sofia Kafol
Desenho de luz
Sofia Kafol
Operação de luz
Leonardo Calvino
Agradecimentos
Joana Pinto,
Maria Abrantes
Residências e apoio a criação
Safra,
Atopémonos Bailando,
KALE Companhia de Dança
Ladylike22 é uma reflexão coreográfica através do uso do corpo e da voz.
O lugar de intimidade vem rasgado pela necessidade de desconstrução, num nível humano, social e imaginativo. A dinâmica recíproca da expulsão entre o corpo e a voz traz inspiração pelo ditado: “quem canta seus males espanta.” A voz, o canto imperfeito e as suas variações, cheio de mim e das minhas falhas, surge como forma de desconstruir o corpo silencioso que me foi ensinado em salas de balé e espaços de mulher “bem” comportada.
É sobre um corpo que se constrói e desconstrói. É sobre um ritmo que não segue linearidade. É um desejo de estabilidade que se consome só por o desejar. É um encontro próximo. Um canto que os seus males espanta, uma purga e um banquete de morangos.
Ladylike22 é uma arena de dicotomias, uma procura de emancipação e prazer num corpo que ativa outros corpos. Uma celebração que origina nas raízes e vem saboreada na boca.
Natural de Trieste, Itália, Sofia Kafol (12.09.1996) é bailarina, performer, coreógrafa e professora de dança.
Graduou-se em ballet clássico no Conservatório de Música e Ballet KGBM Maribor, Eslovénia. Mais tarde começou os estudos de dança contemporânea em Florença (Itália) no BDT dirigido por Cristina Bozzolini e depois com Dario Cossutta em Trieste (Itália). Enriqueceu os próprios estudos através de workshops na Europa.
Em 2020, licenciou-se com distinção em Línguas e Literaturas Estrangeiras na Universidade dos Estudos de Trieste (Itália), com a dissertação “A humanização do performer” com foco na Nova Dança Britânica e o processo criativo de Julyen Hamilton. Em 2020/2021 prosseguiu os estudos em dança na Oficina ZERO, Porto, sob a direção de Mafalda Deville, Israel Pimenta e Elisabeth Lambeck.
Fez parte de produções do Teatro Lírico Giuseppe Verdi Trieste (Itália), Teatro Muggia (Itália), Teatro Nacional Esloveno de Maribor (Eslovénia). Fez parte de festivais como ŽIVA (Ljubljana, Eslovénia), Invisible Cities (Gorizia, Itália), Approdi (Trieste, Itália), Trieste Dance Project Festival (Trieste, Itália), Multiplicidades (Santa Cruz, Portugal), What We Are – Choreographic Platform (Udine, Itália), Safra Can Dance (Lisboa, Portugal), Projeções –
Emerging Artists Performance Cycle (Porto, Portugal).
Criou as peças Del calore e dell’ assenza – stanza bianca (Do calor e da ausência – quarto branco), 2019; e LADYLIKE, 2021.
Durante a pandemia criou o projeto de aulas online para todos os corpos e todas as idades baseado na improvisação guiada, LET’S DANCE @ QUARANTINE.
Atualmente é interprete na peça VÄRA de Daniel Matos (CAMA a.c.), colabora com a artista Luísa Mota e faz parte do elenco da CiM (Vo’Arte).
Enquanto criadora, está no início da pesquisa para um novo solo. Reside em Portugal desde Outubro 2020.
VOID VOID VOID
António Marotta e
Maria R. Soares
Criação e Interpretação
Antonio Marotta e Maria R. Soares
Desenho de luz
João Abreu
Acompanhamento Artístico
Joclécio Azevedo
Coprodução
Instável – Centro Coreográfico e Teatro Municipal do Porto
Apoio à residência
Instável – Centro Coreográfico,
Centro Musibéria, CRL – Central Elétrica, Campus Paulo Cunha e Silva, Teatro Rosalía de Castro e Centro Coreográfico Galego no contexto das Residências Paraíso organizadas pelo Coletivo RPM
VOID VOID VOID estreia em fevereiro de 2023 no Ciclo Palcos Instáveis, organizado pela Instável – Centro Coreográfico e Teatro Municipal do Porto.
VOID VOID VOID assenta na construção de uma paisagem onde som, espaço e gesto se diluem numa só matéria, numa invocação aos grandes vazios cósmicos. Vazio como potencial lugar não rígido onde o inesperado pode tomar forma e revelar-se. Trata-se de uma performance coreográfica e sonora onde, em tempo real, se desenvolve uma prática transdisciplinar de permanente diálogo entre o espaço físico e sonoro que funciona como um dispositivo revelatório para o real e o imaginário. Esta é uma apresentação work-in progress. O espetáculo estreia em 2023.
Antonio Marotta é guitarrista e compositor dedicado principalmente à música eletrónica, à eletroacústica e à improvisação livre. Além de trabalhar a solo e com outros músicos, dedica-se também à música para performance. Estudou guitarra e improvisação jazz na Escola Popular de Música Ivan Illich e formou-se em Antropologia com uma tese em Antropologia Ecológica sobre a relação entre o homem e o meio ambiente. Como compositor para dança e performance, destaca “It’s A Long Yesterday” de Carminda Soares e Maria R. Soares (Teatro Municipal do Porto, 2021); “Ensaio para um eclipse emocional” de Diogo M. Santos e Filipa Duarte (GrETUA, 2022); e “Simulacro” de Carminda Soares e Margarida Montenÿ (Teatro Municipal do Porto, 2022).
Maria R. Soares é bailarina e coreógrafa. Como bailarina, trabalhou com Victor Hugo Pontes, Eduardo Torroja, Lara Russo, Sarah Friedland, Marianela Boán, Catarina Miranda, Ballet Contemporâneo do Norte, entre outros.
Como criadora, destaca a peça “It’s A Long Yesterday” (2021), em parceria com Carminda Soares, que conta com a coprodução do Teatro Municipal do Porto e da Companhia Instável; e “O meu velho diz que morre” (2022), um projeto apresentado no Teatro Jordão (Guimarães) e que surgiu através de um convite para criar um espetáculo ancorado na desconstrução do folclore português e com a participação do Grupo Folclórico da Corredoura.
Foi também artista associada do Visões Úteis em 2019/2020.
EXIST.
João Meirinhos e
Diana Niepce
Conceito e Direção Artística
Diana Niepce
Interpretação
Diana Niepce,
Bruno Freitas
Realização
João Meirinhos
Assistente
Silvana Ivaldi
Curadoria
Justyna Wielgus
Produção Projecto “Exit”
Marceli Sulecki,
Fundacja Teatr 21
Agradecimentos
André Tavares Marçal,
Joaquim Gouveia,
Jonny Kadaver
“Estou interessada em trabalhar na quietude da memória. Existo na obsessão de compreender o mistério do corpo. Compreendi a importância da escrita através da linguagem. Por vezes, sinto-me perdida num deserto da Sibéria, e é isto que me permite compreender o corpo. Como se através desta colecção de ensaios estivesse mais próxima da sua verdadeira identidade. Quero mostrar o que ninguém quer dizer. Quero encontrar este lugar secreto do corpo, e através do dispositivo de vídeo, expô-lo intimamente. Quero criar nos outros a fricção que existe em mim.”
Diana Niepce é bailarina, coreógrafa e escritora. Formou-se na Escola Superior de Dança, fez Erasmus na Teatterikorkeakoulun (em Helsínquia), e Mestrado em Arte e Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. É criadora da peça de circo contemporâneo “Forgotten Fog” (2015) e das peças de dança “Raw a nude” (2019), “12 979 Dias” (2019), “Dueto” (2020), “T4” (2020), “Anda, Diana” (2021) e O OUTRO LADO DA DANÇA (2022). Enquanto bailarina e performer colaborou com artistas nacionais e internacionais. Colabora regularmente com a Mariana Tengner Barros, Rafael Alvarez e a Companhia polaca Teatr21. Direcção artística e formadora da Formação de introdução às artes performativas para artistas com deficiência na Biblioteca de Marvila – CML (2020). As suas publicações mais recentes são o artigo “Experimentar o corpo” no jornal Coreia, o livro “Anda, Diana” (ed. Sistema Solar) e a história “Partidos e fedidos, são os calhaus.” para a Rota Memorial do Convento. Júri do prémio Acesso Cultura 2018 e Júri oficial do Festival – Inshadow 2018.
João Meirinhos é licenciado em Ciências da Comunicação, variante de cinema pela FCSH-UNL (2007) e mestre em Antropologia Visual pela Universidade de Manchester (2013). Após trabalhar na indústria publicitária portuguesa, no Verão de 2008 decide partir à procura de novas perguntas. Esse caminho entrou em piloto automático e já o levou a viver em Bologna, Barcelona, Tallinn e Hong Kong. Em 2011 visitou 22 países e foi voluntário internacional pela ONG italiana Bambini Nel Deserto. Com eles montou o Cinéma du Désert – um cinema nómada que funciona a energia solar e viajam longas distâncias, por terra, dentro de um camião a mostrar filmes de graça nas aldeias mais imprevistas do planeta – projeto que já o levou da Mongólia à Costa do Marfim.
ILHA DE ÁRVORES
Małgorzata Suś
(com Pablo Koury,
Joanna Gruntkowska,
e Pedro Pestana)
Direção, Coreografia, Dança
Małgorzata Suś e Joanna Gruntkowska
Cinematografia e Edição
Pablo Koury
Música Original e Voz
Pedro Pestana
Produção
Festival Dos Canais,
Associação Improvise & Organize
Coordenação e Divulgação
Małgorzata Suś
Ilha de Árvores explora a relação entre o ambiente natural da ilha e os corpos das bailarinas. Filmado numa pequena ilha em que as condições mudam drasticamente ao longo do dia, o vídeo retrata como o ambiente em transformação influencia o movimento e molda a história. O projeto foi filmado em um dia na Ria de Aveiro, em Portugal.
Małgorzata Suś, nascida na Polônia em 1991, desde 2016 baseada em Portugal, trabalha internacionalmente como artista de dança e performance. Membro da Plataforma Cultural Improvise & Organize (PT) e co-fundadora do projeto The Memory of Water (www.thememoryofwater.com). Desde 2016 Małgorzata colabora com a residência artística Agit Lab (PT) como coreógrafa e curadora de dança. Em 2016 licenciou-se em Estudos Teatrais na Academia Nacional de Arte Dramática em Varsóvia, e em 2018 no curso profissional de dança contemporânea Performact em Torres Vedras, Portugal. Em 2017 recebeu a bolsa nacional na área da dança. Entre 2013 e 2016, Małgorzata foi membro da companhia de teatro físico Sztuka Nowa em Varsóvia. Coreografou e/ou dançou em vários trabalhos, muitas vezes em contexto site-specific ou vídeo, entre outros: Madpools, Fluid Acts (com Joanna Gruntkowska & Pedro Pestana), How to be revolutionary (com Pablo Koury), Ilha de Árvores, Corpo do Sal. Trabalhou com a Companhia Paulo Ribeiro (2018/19) e com a coreógrafa Conceição Nunes (2019/20, 2022). Iniciador do projeto Plants Dictionary, que começou como uma exploração de foto-vídeo em colaboração com o fotógrafo Pablo Koury, e mais tarde o projeto se tornou uma peça de dança (2021/22). Desde o início de 2022, Małgorzata desenvolve um projeto experimental de poesia e movimento Watering Words, em colaboração com Joanna Gruntkowska e Kristina Feldhammer. Veja mais: www.malgosiasus.com.