O Curtas de Dança é uma mostra de trabalhos coreográficos de curta duração, à semelhança do exemplo cinematográfico curta-metragem, criado em 2016 pela Kale Companhia de Dança / Armazém 22. Para a temporada 2020-2021, accionou uma nova parceria de comunicação com o Teatro Municipal do Porto.
O foco desta iniciativa é a apresentação de objetos artísticos com uma forte vertente laboratorial, onde o artista pode experimentar os diferentes estádios da sua criação em formato de apresentação pública. O criador poderá fazer uso de diferentes tipologias de espaço disponíveis no Armazém 22, sendo proposto um ambiente mais tradicional, em black-box, ou mais alternativos, utilizando espaços não convencionais como o Foyer, Bar, Estúdio.
O Curtas de Dança defende um espaço de maior liberdade performativa e onde artistas emergentes podem afirmar a sua visão e testar formatos enquanto intérpretes, criadores e pensadores da arte performativa.
Em 2020, o júri do Curtas de Dança 2020 foi composto por Joana Castro (Direção da Kale Companhia de Dança), Cristina Planas Leitão (Teatro Municipal do Porto) e Inês Negrão (assistente coreografia), tendo sido recebidas mais de 50 candidaturas.
Nina é um solo performativo que resulta de uma pesquisa intensa sobre a artista alemã Nina Hagen. O primeiro objetivo é explorar a sua obra através do corpo e do movimento, sem palavras. As palavras e imagens da própria artista são a sua liberdade de expressão. O outro objetivo, se é que assim se pode dizer, será a minha interpretação pessoal do seu trabalho, da sua imagem icónica, do seu mundo, das suas cores e das suas letras, algumas políticas e controversas.
Nina é sobre a excentricidade de uma mulher alemã que nasceu na década de 50 e que se entregou ao punk nos anos 70 e 80, período controverso na história da Alemanha. É uma reflexão acerca das plasticidades dos corpos e das posições que estes podem assumir – política, artística e filosoficamente.
Para mim, é também a riqueza de uma complexidade artística altamente estudada, tanto nas suas letras e composições, como na sua voz. Nina Hagen é uma cantora lírica, é uma atriz, é uma pensadora, e também fez ballet.
Nina é também a personagem principal de “A Gaivota” de Tchéchov, é um nome feminino e é também um diminutivo de menina; Nina era também a deusa da fertilidade da babilónia. Uma Nina é uma menina, é uma mulher, é um poder, é uma luta de liberdade. É a construção do “Indescritivelmente Feminino”.
Beatriz Valentim iniciou os seus estudos de dança pela Royal Academy of Dance e, em 2013, concluiu o curso de formação de bailarinos, na Escola de Dança do Conservatório Nacional. Completou a sua formação com o Elit Trainning Program, da companhia Budapest Dance Theatre. É licenciada em sociologia pelo ISCTE-IUL, Lisboa e concluiu, em 2019, a Pós-Graduação em Dança Contemporânea da ESMAE, terminando como bolseira do Camping 2020 do Centre National de la Danse, Paris. Frequentou o F.O.R. Dance Theatre – curso modular da Companhia Olga Roriz, companhia onde iniciou a sua carreira profissional. Desde aí, tem vindo a trabalhar com Olga Roriz, Renato Zanella, Jerome Bel, Elisabeth Lambeck, Mafalda Deville, Raimund Hoghe, Olatz de Andrés, Mão Morta e Inês Jacques, São Castro e António Cabrita, Sílvia Real e Francisco Camacho, e Né Barros. Frequentou Ateliers e Workshops com Miguel Moreira, Peter Michael Dietz, Francisco Camacho, Edivaldo Ernesto, Victor Hugo Pontes, Mafalda Deville e Marie-Lena Kaiser. Como coreógrafa, criou “Beirut” para o Estúdio B, em 2016, e “Help me with my cry” para o 3º ano de dança do Balleteatro Escola Profissional. Atualmente circula com a sua primeira criação, “VADO: solo sobre as coisas vazias”, estreado na XX Bienal Internacional de Arte de Cerveira e é formadora artística do Projeto GruA – Grupo de Apoio à Autonomia, da ASAS – Associação de Solidariedade Social de Santo Tirso. É ainda professora convidada em várias escolas e companhias nacionais.
Conceção e Interpretação:
Beatriz Valentim
Música:
Canto Gregoriano Anónimo e Nina Hagen
Operação de Som:
Pedro Souza
Figurinos:
Beatriz Valentim e Elisabete Torrão
Agradecimentos:
Cláudia Marisa, Pedro Souza e Sónia Passos
ai meu amor procura agrado
ai não procures formosura
(fui ao sótão e só vi um espelho)
ai formosura sem agrado
ai é viver na noite escura.
(diz-me que me viste)
#12658 explora infância, identidade e identificação, pretendendo refletir sobre a forma como percecionamos o nosso “eu passado” e o nosso “eu presente” e sobre a turbulência que se cria quando essas narrativas entram em confronto. Mergulhando nas suas memórias e inspirando-se em arquivos pessoais, Gisela tenta recuperar alegrias, tensões, mágoas e esperanças de infância, relacionando-as com o espaço e herança comunitária da zona de Águeda, onde cresceu, e chocando consigo própria no caminho. Ao revisitar lugares dentro e fora de nós mesmos que julgávamos ultrapassados, será que os encontramos assim tão distantes? Ou andamos a rejeitar histórias que ainda carregamos, simplesmente porque não encaixam na nossa autonarrativa? porquê identidade?
A temática da identidade é recorrente no meu trabalho e sinto que me cativa porque é uma transversal a todos os seres humanos e que está constantemente presente, permeando todos os aspetos da nossa vida. Interessa-me especialmente questionar as formas como escolhemos definir- nos (aparência, personalidade, valores, habilidades, profissões, paixões, pessoas que nos rodeiam, local onde vivemos, etc.), porque é que escolhemos o que escolhemos, e a dualidade entre a maneira como nos conceptualizamos e a maneira como os outros nos “experienciam”. Recentemente tenho também me debruçado sobre a ideia de identidade coletiva, não só enquanto parte integrante da identidade pessoal, mas também enquanto força potencial gigante e sempre dual: conservadorismo ou contestação, união ou categorização (e até segregação), empatia ou ódio.
Gisela Ferreira nasceu e cresceu em Águeda, no distrito de Aveiro. O seu primeiro contacto com a arte foi através da música, tendo estudado piano em criança. Em 2008 inicia o seu percurso na dança no ballet clássico e em 2014 descobre a dança contemporânea.
É diplomada em Dança pela Escola Superior de Dança (ESD), em Lisboa, onde estudou entre 2016 e 2019. Das oportunidades que teve enquanto aluna desta instituição destaca “Ponto Vivo” (2017), de Amélia Bentes, e o projeto “Compositores e Coreógrafos” (2019), com curadoria de Vítor Hugo Pontes e Luís Tinoco. Entre 2016 e 2018 integra também o Projeto Quorum, onde trabalha com coreógrafos como Daniel Cardoso, Luís Marrafa e Cláudia Nóvoa. Em 2019 é intérprete das peças “Porque é Que o Céu é Azul” (Liliana Garcia), “Monumentos em Ação” (Lucia Nacht) e “Em Casa Durmo de Porta Aberta” (Andreia Marinho).
Em 2020 integra a Formação Avançada em Interpretação e Criação Contemporânea (FAICC) da Companhia Instável, no Porto, no contexto da qual cria o solo “self-portrait #12657” e o vídeo-dança “now moving into”. Durante a crise sanitária de COVID-19 continua a conceber outros trabalhos de cine-dança, entre os quais “diários de uma pandemia” e “como uma mulher”. Atualmente trabalha como freelancer, encontrando-se a desenvolver “#12658” [título de produção].
Criação e Interpretação:
Gisela Ferreira
Música:
Gisela Ferreira, Pyotr Ilyich Tchaikovsky
Assistência à Produção:
Sílvia de Sterke
Fotografia:
Rita Andias
Apoios:
Programa de residências Gabriela Tudor, realizado em AGITlab e cofinanciado pela AFCN
“O caos é uma ordem por decifrar.”
José Saramago
Ouroböros é uma curta metragem de dança que reflete sobre o conflito interno entre as diversas vozes que temos dentro da nossa cabeça, quando pomos a razão acima da emoção. Numa peça que pretende levantar mais questões do que lhes dar resposta, Ouroböros é uma obra com um traço surreal e misterioso que se desenvolve num mundo imaginário, fruto dum sonho inquietante. Dois lados duma mesa, dois pares de duplos opostos, em que uns mexem com os outros de forma a escapar da sua incógnita realidade. Num mundo iludido por dualismos, um terceiro par junta-se à mesa, mudando as regras do jogo…
Inspirado por um romance menos conhecido de José Saramago, “O Homem Duplicado”, Ouroböros começou por ser uma coreografia que pretendia explorar o choque entre memórias e sonhos, e como este poderia resultar numa dupla identidade. Devido à pandemia global de 2020, esta foi adaptada e idealizada como curta-metragem de dança, donde surgiu a ideia de explorar os três estados de consciência formulados por Sigmund Freud. Consciência, subconsciência e inconsciência tornam-se entrelaçadas num conceito assente na forma como a vida é “dominada” pelas nossas emoções, apesar
da sua inconveniência para com a nossa racionalidade na tomada de algumas decisões, e paralelo à dissonância cognitiva, quando duas ideias contraditórias aparentam ser verdadeiras para o sujeito em questão, gerando-se assim um conflito interno.
Rodrigo Ribeiro é bailarino e artista multidisciplinar nascido no Porto em 1999. Frequentou o Ginasiano Escola de Dança durante 8 anos tendo a oportunidade de participar em cursos intensivos com a Pina Basuch Tanz (2013, Alemanha), Malandain Ballet Biarritz (2014, França) e Carte Blanche (2017, Noruega). Terminou o ensino artístico especializado na área da dança em 2017. No mesmo ano, começou a licenciatura em dança na Codarts University for the Arts (Roterdão, Países Baixos), onde entrou em trabalhos de Roy Assaf, Wayne McGregor, Andonis Foniadakis, Nacho Duato, Emio Greco e Pieter C. Scholten.
Em 2019 estreou a sua primeira peça coreográfica, METi, e apresentou-a em 5 espaços culturais nos Países Baixos. Participou também num projeto de criação com Lucinda Childs e foi em missão cultural com a Codarts, a São Petersburgo, Rússia.
Integrará a GöteborgsOperan Danskompani (Suécia) como estagiário, na temporada 2020/2021.
Como artista multidisciplinar, tem criado e participado em projetos na área do design gráfico, arte visual,
produção musical e filmográfica, sendo membro e co-fundador do coletivo Octagon Blues. Lançou o
primeiro EP com o coletivo em junho de 2020, entitulado “OB-1”.
Conceção e Interpretação:
Rodrigo Ribeiro
Produção:
Octagon Blues
Produtores Executivos:
Jeroen Janssen e Samuel Van der Veer
Diretor de Fotografia:
Isaiah Wilson
Supervisão de Dramaturgia:
Samuel Van der Veer
Desenho de Luz:
Aram Visser e Rodrigo Ribeiro
Cenografia:
Rodrigo Ribeiro
Montagem:
Rodrigo Ribeiro e Isaiah Wilson
Música Originalmente Composta e Produzida:
Rodrigo Ribeiro
Anexo é, por definição, algo incorporado, um complemento do qual depende a conclusão de um raciocínio. Ligado a outro; junto; incorporado; dependente e acessório – adjetivos que conseguem igualmente descrever a palavra anexo, tal como a função/posição de um artista como elemento ativo na sociedade. Este vídeo-dança conclui um manifesto à arte neste momento de metamorfose. Um corpo funciona num espaço, destacando-se como um anexo. Ainda assim quando este corpo se une a outros corpos no mesmo espaço, a sua função transfere-se para o grupo. Da mesma forma que qualquer corpo é um microcosmo de todo o espaço, os membros do corpo refletem, em miniatura, muitas propriedades do conjunto.
Yana Suslovets nasceu na Ucrânia a 13 de Novembro de 1994. Aos 4 anos de idade inicia o seu percurso no mundo da dança, num grupo de danças tradicionais populares. Em Portugal foi aluna da Escola de Dança do Conservatório Nacional entre 2005 e 2008. Paralelamente, em 2006, juntou-se ao grupo de danças tradicionais populares, integrado na Associação dos Ucranianos em Portugal, do qual fez parte até 2009.
Em 2017 concluiu a licenciatura, na Escola Superior de Dança. Foi bailarina freelancer na Amalgama Companhia de Dança, entre 2015 e 2017. Em 2018 foi intérprete estagiária, na Companhia MARRAFA.VZW, em Bruxelas, Bélgica.
Em 2019 colaborou com o realizador Celso Rosa, para a criação de “pedra prata pó” – uma instalação de vídeo-dança em parceria com o Gabinete de Juventude do Barreiro. Em colaboração com o músico José Bica produziu “Vinte Folhas”, peça de vídeo-arte integrada nas comemorações do 25 de Abril de 2020, Barreiro. Atualmente, está a desenvolver um projeto de videodança com o apoio da Câmara Municipal
do Barreiro.
Releva ainda as seguintes obras no seu percurso: “ICE-CREAM” (2020) de Daniela Casimiro, ”Burn Time” (2018) de André Uerba, “PÓLOS” (2017) de Daniel Matos, “Diáspora – O Voo do Peixe” (2017) de José Bica e “a n d a r” (2016) de Aldara Bizarro.
Desde 2019 é participante no projeto Meio No Meio da Artemrede, no âmbito do programa PARTIS da Fundação Calouste Gulbenkian – com a direção artística de Vítor Hugo Pontes.
Um filme de:
Yana Suslovets
Performance:
Yana Suslovets
Realização:
José Bica e Yana Suslovets
Captação, edição e montagem:
José Bica
Pós-produção de imagem:
Celso Rosa e José Bica
Música original:
Y Basics – I.A.
Apoio:
Câmara Municipal do Barreiro e
Meta Clube de Ténis
KALE Cooperativa Cultural, Crl |
Kale Companhia de Dança |
Armazém 22
Direção Executiva e Artística /
General & Artistic Direction:
Joana Castro
Consultor Artístico /
Artistic Consultant:
Gael Domenger
Planeamento Estratégico /
Strategic Planning:
Daniela Tomaz
Gabinete Jurídico /
Legal Office:
Carlos Aguiar
Produção /
Production:
Maria Miguel Coelho &
Gabriela Brás
Design Gráfico /
Graphic Design:
Z
Assessoria de Comunicação e
Gestão de Redes Sociais /
Social Media and
Communication Assistant:
Mayra Paolinelli
Assessoria Imprensa /
Press Officer:
Joana de Belém
Direção Técnica /
Technical Direction:
Joaquim Madaíl
Técnico de Palco /
Stage Management:
Domingos Sousa
Frente de Casa /
Front of House:
Sónia Costa
Apoio /
Support:
República Portuguesa – Cultura
Direção-Geral das Artes
Município de Gaia
Ginasiano Escola de Dança
Antena 2